Menina murmura:
― Esperança é cor que não desbota.
Mendigo resmunga:
― Esperança é a mais cínica das crueldades.
Cinicamente tomado de empréstimo de:
Moura, André. Lã de vidro: diálogos poéticos. Rio de Janeiro. Memória Visual, 2009.
Foda-se!
Foda-se sempre foi mais ou menos como uma filosofia de vida. Algo como: de onde vim, para onde vou? Resposta: "foda-se!" Tenho que enfrentar o mundo, a sociedade e ainda uma banca com cinco doutores? Penso: "foda-se!" E daí vou indo.
Banalidades, aleatoriedades, inutilidades, letras de música que não viraram música e alguma poesia
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
segunda-feira, 19 de junho de 2017
[SONHO DE UMA MANHÃ DE INVERNO]
Atravessei aquela manhã de inverno como num sonho
o nevoeiro intenso
a grama úmida derretendo geada sob os pés
o silêncio quase absoluto
quase a b s o l u t o
Um cachorro enrosquilhado dormindo na varanda de uma casa
a fumaça saindo de uma chaminé
e do focinho do cachorro dormindo
como o sono querendo sair de mim
absolutamente sem nenhuma pressa
s e m p r e s s a
Um cavalo solitário pasta tristemente
não sei se realmente está triste ou se sou eu
que o vejo assim
Talvez seja um cavalo feliz vendo a mim
que caminha tristemente
querendo acordar de um sonho
onde há um cavalo que pasta
simplesmente
Como a humanidade caminha
sob o nevoeiro do horizonte invisível
sem saber exatamente o que virá pela frente
eu fui
f u i . . .
Permaneci naquela manhã como numa pintura
pinceladas frias de branco cinza desesperança
de um pintor desconhecido
Não se sabe quanto vale o quadro
pendurado
em um prego enferrujado
na parede suja de uma casa pobre
de um peão solitário
acumulando segundos
dias
e mofo
Eu
o cachorro
o cavalo
a fumaça da chaminé
congelados
pela frio
pelo tempo
pela tinta
O peão não sabe
se o quadro é triste
porque o pintor assim o quis
ou se é ele que assim o vê
e sente
enquanto toma café
e tenta acordar do sono
em uma manhã de inverno
Lá fora
seu cavalo
pasta
provavelmente
o nevoeiro intenso
a grama úmida derretendo geada sob os pés
o silêncio quase absoluto
quase a b s o l u t o
Um cachorro enrosquilhado dormindo na varanda de uma casa
a fumaça saindo de uma chaminé
e do focinho do cachorro dormindo
como o sono querendo sair de mim
absolutamente sem nenhuma pressa
s e m p r e s s a
Um cavalo solitário pasta tristemente
não sei se realmente está triste ou se sou eu
que o vejo assim
Talvez seja um cavalo feliz vendo a mim
que caminha tristemente
querendo acordar de um sonho
onde há um cavalo que pasta
simplesmente
Como a humanidade caminha
sob o nevoeiro do horizonte invisível
sem saber exatamente o que virá pela frente
eu fui
f u i . . .
Permaneci naquela manhã como numa pintura
pinceladas frias de branco cinza desesperança
de um pintor desconhecido
Não se sabe quanto vale o quadro
pendurado
em um prego enferrujado
na parede suja de uma casa pobre
de um peão solitário
acumulando segundos
dias
e mofo
Eu
o cachorro
o cavalo
a fumaça da chaminé
congelados
pela frio
pelo tempo
pela tinta
O peão não sabe
se o quadro é triste
porque o pintor assim o quis
ou se é ele que assim o vê
e sente
enquanto toma café
e tenta acordar do sono
em uma manhã de inverno
Lá fora
seu cavalo
pasta
provavelmente
segunda-feira, 8 de maio de 2017
domingo, 20 de março de 2016
Sociedade condenada
"Quando você perceber que, para produzir precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada."
AYN RAND (1905-1982) filósofa e escritora russo-americana
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
CLARICE E SUAS VERDADES II
"Eu - eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a convivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite."
(Clarice Lispector, Água Viva, Nova Fronteira, 1980, p.40)
(Clarice Lispector, Água Viva, Nova Fronteira, 1980, p.40)
CLARICE E SUAS VERDADES
"E andar na escuridão completa à procura de nós mesmos é o que fazemos".
(Clarice Lispector, Água Viva, Nova Fronteira, 1980, p.46)
(Clarice Lispector, Água Viva, Nova Fronteira, 1980, p.46)
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