Banalidades, aleatoriedades, inutilidades, letras de música que não viraram música e alguma poesia

sábado, 14 de janeiro de 2012

02h16

Mas que mundo chato de merda!


O galo tem hora pra cantar,


o relógio tem 24 horas pra marcar.


Poucas vezes pude ver o pôr-do-sol


dentro de mim.


A água leva não sei quantos minutos pra ferver,


sei lá quantos mais pra congelar.


Mas há um tempo exato pra tudo...


O ônibus tem hora pra chegar e partir.


Te encontrar amanhã às 21h15,


continuar vivendo às 14h.


Em ponto.






Garantir que conseguirei:


- evitar cáries;


- conseguir consulta pelo SUS antes de morrer;


- não contrair um câncer antes dos 50;


- não ficar sem cigarros de madrugada;


- não dormir na rua bêbado;


- não perder o emprego (e a dignidade);


- dizer "bom-dia" de manhã e não à noite;


- não peidar na frente de estranhos;


- não pisar na grama;


- lavar as mãos depois de cagar;


- citar Marx na frente de um liberal;


- citar um liberal na frente de um marxista;


- tomar banho pelo menos aos sábados;


- alimentar os gatos e cachorros;


- fazer caridade;


- dizer "amém", "por favor" e "obrigado";


- plantar uma árvore, escrever um livro e sei lá mais o quê;


- não ficar acordado até tarde;


- colocar o celular a despertar;


- acordar às 7h;


- tomar banho;


- ir trabalhar.




O calor do Sol chega sempre oito minutos atrasado.


Posso dormir agora?