Foda-se sempre foi mais ou menos como uma filosofia de vida. Algo como: de onde vim, para onde vou? Resposta: "foda-se!" Tenho que enfrentar o mundo, a sociedade e ainda uma banca com cinco doutores? Penso: "foda-se!" E daí vou indo.
Banalidades, aleatoriedades, inutilidades, letras de música que não viraram música e alguma poesia
terça-feira, 28 de maio de 2013
Sobre as impossibilidades da Geografia
Amores antigos são
como velhas estradas
esburacadas e abandonadas
que eu sei,
você sabe,
permanecem lá.
Destinos trocados,
sinais errados,
o preço do pedágio
que ninguém mais quer pagar.
Mas eu sei,
você sabe,
um pouco de nós
permanece lá.
A Geografia não explica
nem há de explicar:
antes uma linha reta numa planície
ladeada pela sombra de mil árvores
e perfumada pelo perfume de mil flores.
Agora obstáculos intransponíveis:
pontes arruinadas,
tortuosos caminhos
riscados do mapa,
cobertos pelo pó
da memória.
Há novos caminhos
para quem quer ir à cidade Paraíso.
Em noites de lua cheia
ainda costumo andar por lá.
Mastigando as vísceras da solidão
como um chiclete de dez centavos.
Sinto o vento na cara,
aspiro o aroma de mil flores mortas e
acelero.
Acelero a 200 km/h
num velho e enferrujado
Cadillac vermelho conversível caindo aos pedaços
cheio de corações e
pedaços de corpos ensanguentados
no porta-malas.
Deixo suspenso no ar
um rastro de poeira
prateada pelo luar
de mil luas.
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Bah, é o que eu tenho a dizer...
ResponderExcluirPoderia tentar fazer uma análise desse teu poema (essa minha tendência de analisar tudo), mas para que matar ele assim né?! Senti ele, como era para ser, suspirei fundo e o máximo que pude dizer foi "bah..."
Queria ter entendido e sentido menos ele.