Banalidades, aleatoriedades, inutilidades, letras de música que não viraram música e alguma poesia

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Bebendo cerveja num bar


Até mesmo quando se acha que não se está fazendo nada se está produzindo alguma coisa. Para o bem estar geral da nação e do sistema. Enquanto bebo uma cerveja, sentado num bar, o cara do bar já está lá para faturar. Alguém para alugar o lugar. Enquanto isso, garanto o emprego de publicitários imbecis e sem talento e de mulheres que apenas tem peitos e bundas para vender. As luzes estão ligadas, claro. Me lembro da conta que esqueci de pagar. Merda. O próprio banco em que sento, de tanto sentar, uma hora vai quebrar. Assim como qualquer banco em que você depositar. O cara mal barbeado do meu lado me lembra que estou há dois meses sem me barbear. Minha Prestobarba... Onde estará? Sei lá. Tenho que comprar. Todos fedemos (precisamos de sabonetes, detergentes, xampus, condicionadores, barbeadores, pasta de dente, perfumes do Paraguai...). Sempre tem alguém para lucrar. Alguma coisa para fazer, você vai dar. Nem que seja um emprego para alguém consertar tudo que você quebrar no bar. Sempre alguém para empregar. Algum crítico literário para dizer-me que não sei rimar. Alguém para me pedir empestrado e nunca mais pagar. Quando estou saindo, me lembro que não tenho mais carro. Tenho que caminhar. Pelo menos não tenho que pagar IPVA. Mas pago por caminhar, sabendo que meu sapato, já gasto e furado, mais cedo ou mais tarde, vai se entregar. Mas eu vou lá, caminhando e pensando que em algum lugar há um sacana esperto roubando o imposto que eu pago, simplesmente por estar fazendo nada, bebendo cerveja num bar. 



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